Ser mãe não é fácil. Quem o possa
ter dito algum dia só podia estar sob o efeito de alguma substância estranha.
Nunca mais se dorme como antes,
existe uma preocupação constante, birras inesperadas, sopas e papas por todo o
lado, babetes e brinquedos aos montes, tudo desarrumado, nunca mais nada é como
dantes… todo um sem fim de “contras” nesta decisão de ser mãe.
Depois há momentos em que sinto o
mundo nas mãos, em que tudo vale a pena e todas são dificuldades são poucas
para viver um momento assim.
A L. não é miúda de grandes
mimos. Está educadinha para dar beijinho à partida e à chegada, ao acordar e ao
adormecer, mas à parte disso, e até mais por rebeldia que outra coisa, nega 95%
das vezes um mimo ou um beijo. Gosta mais de andar pelo ar, a correr, a
gargalhar com cócegas…
Até que o inesperado acontece.
E chega mais um dia, como quase
todos os outros, em que depois de tudo feito a deito na cama, a cubro com os
cobertores, a beijo na testa, lhe dou um beijinho à esquimó e venho embora.
Entretanto começa a guinchar, a
chamar a atenção e lá vou eu voltar a deita-la, voltar a cobri-la e dar-lhe
dois mimos no rosto…
E aqui é onde a magia acontece!
É quando ela estica a mãozita e
imita o que a mãe lhe está a fazer. Me acaricia a face e me faz levitar. Uns
segundos de magia, um momento só nosso, uma memória que nunca quero esquecer.
Aquela miúda tem um capacidade
extraordinária de me inchar o coração e fazer-me sorrir.
Só consigo pensar que a adoro e
que tudo vale a pena para viver um momento destes. O mundo torna-se um lugar
melhor e eu derreto-me em segundos.
Ser mãe não é fácil. Mas que vale
a pena lá isso vale.
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