Encontrei por acaso uma notícia
que não deixou de me surpreender apesar de não ser surpreendente.
Casamento em Portugal em queda.
Divórcios em subida. Com estes dois acontecimentos em simultâneo acontece que no
ano transato os divórcios representaram 70% dos casamentos no mesmo período o
que nos põe na dianteira da Europa. Somos bons em alguma coisa – a terminar
relacionamentos. Melhores que Portugal só mesmo a Letónia.
A notícia dá parte também da
redução de casamentos religiosos mas sobre isso nem há grandes comentários a
fazer; a igreja encontra-se em grande descrédito que tem o reverso da medalha
no Papa Francisco e pouco mais - penso que será esse o motivo principal desta
diminuição.
Quanto ao divórcio tenho a minha
opinião bem formada: ninguém é obrigado a estar com ninguém sem querer. Longe
deverá ir o tempo em que um ou outro levava no pelo pela medida grande e
permanecia preso a alguém que simplesmente não suportava; em que se acordava
todos os dias e sentir infelicidade pela pessoa que estava ao lado – isso não é
forma de viver. O divórcio existe para expurgar isto mesmo.
Por outro lado vemos pessoas a
baixarem os braços à primeira dificuldade. Pessoas para as quais uma zanga, um
desacordo, uma desavença são suficientes para deitar por terra tudo o que até
aí foi construído. Pessoas que só querem saber de si e esquecem que ao assumir
um casamento – e quando digo casamento é uma relação bem alicerçada e não
obrigatoriamente registada num cartório qualquer – decidem dar as mãos e
enfrentar juntos a vida. Com o bom e mau, as fases bonitas e as feias, com as
gargalhadas e as discussões, com pontos de vista e feitios diferentes.
Acredito que nunca ninguém
conhece totalmente uma pessoa. Pode sempre ocorrer uma situação nova com uma
reação inesperada. E até podemos, a certa altura, conhecer o comportamento
padrão – um benefício/desvantagem das relações de longo prazo – mas a vida é
uma caixinha de surpresas e nunca sabemos o que está por trás de cada tampa.
O divórcio/separação não deve ser
uma decisão tomada de ânimo leve. Até porque quando as dificuldades são
ultrapassadas os laços só tendem a fortalecer-se. Mas se nunca as enfrentarmos
e simplesmente virarmos as costas a tudo como é que vamos saber? Temos de ser
assim tão fraquinhos que sempre que algo se complica simplesmente o evitamos?
Com isto não digo que sou contra
o divórcio. Sou completamente a favor em determinadas condições e sei que só
sabe o que vai dentro de uma casa quem lá dentro vive. Só me parece que não é
uma decisão que possa ser tomada com a mesma seriedade que implica a compra de
umas calças.
Completamente de acordo.
ResponderEliminarHá uma contrastante diferença entre a mentalidade das gerações anteriores e a das mais recentes.
Se os mais velhos tinham que "gramar" uma vida inteira com alguém que não suportavam, para ganharem um lugar no céu para a vida eterna, a geração de agora desiste ao primeiro defeito. Muita intolerância...
Tal e qual! Partilhamos a mesma opinião. :)
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