Vivi tão pouco e vivi demais. Dizem que o gin é a bebida da
moda mas a verdade é que num copo de gin encontro mais daquilo que quero ser.
Quero encontrar a coragem de fazer por mim. Deixar de pensar
no que os outros podem pensar face às minhas ações.
Habituada a dizer a sim que tudo. Sem dar opinião contrária.
Não quero contradizer porque sim - detesto conflitos. Mas chega a altura em que tenho de
pensar nas consequências que traz para mim, enquanto pessoa, o facto de
simplesmente acumular, sem nunca enfrentar, simplesmente, para não magoar. Mesmo
quando do outro lado a menor das preocupações é perceber se se magoa os outros
ou não. Se me magoam ou não.
Leva com elas e aguenta. Mas só até um dia. A menina sempre
simpática está a dar lugar a mulher opinativa. Não tenho de gostar de quem não
gosta de mim. Não tenho de ser magoada vez atrás de vez, comportamento atrás de
comportamento por quem não tem importância.
Nesta altura distingo bem aqueles com que conto daqueles que
simplesmente estão. E parar para ver onde estou, o meu lugar, onde quero estar,
é muito importante. Os sacos de boxe estão no ginásio. E as pessoas não podem
tratar outras como se desse objeto se tratasse. É altura de dar voz aos
meus pensamentos. Falar mais. Guardar menos. Matutar bem menos.
A vida é para ser vivida. Levar preocupações para casa que
não são as minhas e ter como retribuição a ignorância, o desprezo, não está no
menu atualmente disponível.
Quero viver. Quero estabelecer prioridades. Quero perceber
onde estou e para onde quero ir. E sobretudo quero perceber-me e identificar o
caminho a trilhar para chegar ao ponto onde quero estar.
Esta nitidez, consciência, é o primeiro passo que dou no
caminho que escolho percorrer. Ninguém o escolheu por mim e vou faze-lo
simplesmente por egoísmo.
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