Ontem depois de um daqueles dias
que parecia não ter fim, tal era a quantidade de cosias a fazer, o RP chamou-me
para me mostrar um vídeo. A minha primeira reação foi que não queria. Estava cansada,
aborrecida, com vontade de me atirar para cama e lá ficar a marinar uma semana;
ver vídeos em que acendem foguetes que se encontram enfiados no cu de alguém ou
carros a fazerem uns peões espetaculares não era coisa que me apetecesse –
estava bem lá no fundo das coisas que queria fazer.
Mas ele, felizmente, insistiu. Disse-me
que valia mesmo a pena e um pouco contrariada lá acedi. Como poderão verificar –
quem optar por ver o vídeo - começa com um desfile de carros e uma senhora com
um bebé ao colo. Pensei que se, por acaso, este vídeo incluísse algum tipo de
acidente ia passar-me. Passaram uns maquinões – de certezinha que se tratava de
uma corrida! – mas, depois, para um carro. O passageiro de trás abre a porta e
quem sai da viatura é o Papa Francisco.
Porque é que saiu? Para dar a sua
bênção a uma criança com deficiência profunda e – porque não? – aproveitou para
simplesmente tocar em algumas pessoas dando especial atenção às crianças. Mostrou
o seu sorriso e espalhou bondade, gratidão e carinho pelas pessoas que lá
estavam, pelas pessoas que presenciaram estes atos, e pelas pessoas que
posteriormente visualizaram o vídeo.
A reter:
- o carro em que o Papa se fazia
transportar (apesar de ser o menos importante no meio desta história toda!).
Carros topo de gama e blindados… hmpf!;
- o que terá levado aquele homem
a simplesmente mandar para o carro para ter um gesto tão simples mas com tanto
significado?;
- ainda existem pessoas que colocam
os afetos, os gestos, as atenções acima dos bens materiais;
- e tanto, mas tanto mais… acho
que este vídeo tem demasiado significado para ficar destinado ao esquecimento.
Cada vez me sinto mais afastada
da igreja e daquilo que representa mas os atos deste homem fazem-me ter vontade
de beijar o chão que pisa. O efeito emocional que teve na família daquela
criança é qualquer coisa de indescritível. Parece que nos aperta o coração e
nos faz ter vontade de chorar por simples admiração.
Saber que ainda existem pessoas a
comportarem-se desta forma, a terem este tipo de princípios, a serem
verdadeiros serventes – tal como assumiram que o fariam – faz-me acreditar na
humanidade, faz-me acreditar que ainda existem pessoas boas.
Ver vídeo aqui. (Vale mesmo a pena. Aconselho que seja acompanhado de lenços de papel)
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