Nestes últimos dias tive
oportunidade de ver reportagens sobre a preparação do Brasil para a receção do
Mundial de Futebol de 2014.
País cujos cidadãos se
manifestaram contra o investimento em obras megalómanas por andar tanta gente a
passar fome, sem teto e com condições de trabalho miseráveis. Seria insensível
não compreender estas manifestações apesar de nem sempre concordar com
determinados quesitos. Por exemplo, uma das imagens que me faz mais confusão é ver pessoas a
reivindicar uma habitação. Este direito assumido a uma habitação concedida pelo
estado quando não me passa pela cabeça ter/arrendar uma casa que não seja paga
por mim.
Para além disto, existem obras em
atraso, condições mais ou menos adequadas ao acontecimento que irão receber e,
na minha opinião, até alguma leviandade.
Em Portugal somos pobres (muitos
sobretudo de espírito!), temos muito a melhorar, coisas a aprender inclusive
com o Brasil. Mas, no que se refere a receber não há melhor que nós.
Um país que recebe um evento da
dimensão de um Mundial de Futebol tem de apostar num correto planeamento e
execução à mesma medida. Posso ficar positivamente surpreendida mas não me
parece que o Brasil esteja munido dessa capacidade.
Portugal recebeu o Euro 2004. Portugal
fez investimentos. Alguns deles até nos revoltaram a tripa. Discordamos de
gastos considerados desnecessários. Mas caramba, na hora H sentimos orgulho
porque estivemos no ponto. Tal como acho que acontece nas empresas que recebem
parceiros de outros países, tal como quando recebemos turistas, etc.. Na arte
de bem receber somos especialistas e aqui temos muito para ensinar.
Compreendo que muitos não
concordem com este ponto de vista mas, para mim, só existem duas
possibilidades:
- ou se preparam devidamente
criando todas as condições para os eventos que se comprometem a receber;
- ou não assumem o compromisso.
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