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Relação com o espelho



Apercebo-me atualmente de que passei anos sem me olhar ao espelho!
Não, não tenho o dom de me maquilhar, pentear,… sem espelho à frente. Mas apenas via o que estava a fazer, nunca a imagem no seu conjunto.
No ginásio sempre me confundiram aquelas pessoas que numa aula passavam o tempo a ver-se ao espelho. Para mim era - e é! - algo que está fora de questão. Nas aulas de estúdio passava o tempo todo a olhar para o/a professor/a e quando, por acaso, os meus olhos passavam no espelho e eu dava comigo o susto era demasiado grande assim como a urgência de apagar aquela imagem da memória.
Hoje acho que o que originou tudo isso foi o facto de não aceitar o que o espelho me mostrava. É muito mais fácil virar as costas a algo que não queremos ver do que enfrenta-la e apesar de estes comportamentos de defesa terem sido inconscientes, hoje percebo que eram apenas uma fuga.
Quando dei o clique para esta mudança no meu estilo de vida foi pelo facto de sentir vergonha de mostrar às outras pessoas aquilo que era - e aqui acho importante sublinhar que me refiro àquilo que era fisicamente e como pessoa -, incluindo e meu marido e eu própria. Nunca vi (com olhos de ver) a minha celulite, a gordura localizada, a timidez crónica, a subordinação quase ridícula… Um dia levei um baque com a repugnância que senti por mim própria. E aqui refiro-me, mais uma vez, à parte física.
Sempre defendi que as pessoas teriam de gostar mim pelo que sou e não pela imagem que tenho mas essa era uma das maiores mentiras que contava. Não pelo facto de as outras pessoas gostarem de mim ou não, mas por EU não gostar de mim, porque para eu gostar de mim tenho de me sentir bem com o meu corpo. Não foi, nem é, um objetivo ficar com um corpaço de manequim – utopia inimaginável. Apenas me quero sentir saudável, deixar de ter a sombra da obesidade sempre a pairar sobre mim. Quero cruzar a perna com facilidade, apertar cordões sem ficar ofegante, baixar-me sem me questionar se me conseguirei levantar imediatamente.
Atualmente tenho outro tipo de relação com o espelho. Falei com ele e combinamos ajudar-nos mutuamente. Não, não gosto da minha imagem refletida! Continuo a não ser capaz de me ver a fazer exercício. Mas, finalmente, olho para mim! Reparo em qualidades e MUITOS defeitos.
Vistas bem as coisas, durante quanto tempo simplesmente me ignorei? E continuei a crescer, engordar, inchar, até me tornar em algo que não pude mais ignorar. E quanto mais o tempo passa, mais confortável me sinto com a mudança que se gerou em mim. Qualquer dia ainda vou ser capaz de entrar na sala de manutenção do ginásio de cabeça erguida - mas não nariz empinado! -, porque atualmente acho que ninguém conhece tão bem aquele chão como eu.

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