Adoro crianças! Mesmo! Desde
bebés a pré-adolescentes, nas suas diferentes fases, consegue, ser especiais na
sua singularidade. Não há duas crianças iguais. Reagem de forma diferente aos
mesmos estímulos, têm raciocínios diferentes e tanto para ensinar – sobretudo
no que respeita a honestidade e transparência de sentimentos.
Felizmente, como já referi, tenho
muitas crianças especiais na minha vida e no meu coração. Os afilhados no pódio
rodeados de outras tantas crianças… Mas, hoje, quero falar de uma em particular
– a F.!
Atualmente com 11 anos a F. é uma
criança demasiado adulta em certos assuntos e demasiado bebé noutros tantos. O
pior, na minha perspetiva, é que os assuntos em que devia ser bebé são aqueles
em que é adulta e vice-versa.
Com uma história de vida
demasiado problemática a F. tem o típico comportamento de quem precisa de rédea
curta. Esta é a minha opinião. E acho importante sublinhar isto. O que aqui
descrevo são as minhas opiniões, os meus pontos de vista. Cada um terá o seu.
Voltando ao assunto… a F.
parece-me naquela fase – ou talvez já a tenha ultrapassado – que definirá a forma
como enfrentará a vida. Como uma mulher responsável ou como algo de que não me
iria orgulhar.
Vi a F. pela primeira vez com
alguns dias de vida. Moreninha que só ela. E ao longo dos anos – como vizinha
dos meus pais – manteve-se sempre uma relação próxima. Desabafos, preocupações,
vaidades, tudo foi sendo partilhado connosco. A ida para escola, alguns
problemas de visão, separação dos pais, namoricos, o gato,…
Sempre que me vê entrar na porta
– porque quando sabe que vou aos meus pais faz questão de lá ficar para me ver
– abre os braços e faz sempre uma festa como se a separação tivesse sido
demasiado longa.
No tempo em que estamos juntas
abraço-a, brinco com ela, pergunto sobre namorados e escola. Tento dar-lhe o
carinho de que sei que sente falta mas sou igualmente exigente.
Quando começa a falar com modos
que acho desadequados repreendo-a. Exijo que cumpra todas as regras que
considero de boa educação e volta e meia até forço um bocadinho a barra
pedindo-lhe coisas que sei que a outra pessoa diria não (como me diz a mim
inicialmente até a fazer ver o que é correto). Da última vez pedi-lhe que me
levasse uma coisa ao lixo. Nem pensar! Em casa não faria isso foi a resposta
que obtive. Correta ou incorretamente exerci a autoridade que ela ainda me
reconhece para ela fazer o que lhe pedia. No final disse-me que perdeu a
dignidade e eu fiquei boquiaberta. Brinquei com a situação mas fui alertando-a
que a dignidade não era perdida por ajudar e fazer coisas normalíssimas.
Descrevi esta situação como
poderia ter descrito outras tantas. Brinco mas exijo. Nos comportamentos, na
educação, na forma de estar tento de alguma forma ensinar-lhe o que não vem nos
livros.
No final das contas ela bufa um
bocado mas não deixa de querer estar comigo e de gostar de mim. Os adultos (ou
um adulto em particular!) diz-me que sou demasiado exigente. Será que
aproveitar o tempo para lhe incutir princípios e educação é demasiada
exigência?
Na minha modesta opinião, Exigência / Educação = Amor. Não deixe de o fazer, porque sabes que és das pessoas que ainda podem influenciar positivamente a vida dessa menina. Nota-se o carinho e afeição que tem por ti. E ciumes, muitos ciumes de quem lhe tira a tua atenção ;) Bjs P.
ResponderEliminarO que faço é com a melhor das intenções mas, pelos vistos, por vezes exagero... Gostava tanto de ter a capacidade de o fazer - influenciar positivamente a vida dela... Obrigada pela opinião.
EliminarBeijinhos