Não sei se há alguma vibração que transmito às
pessoas, em alguns dias, mas de vez em quando toda a gente acha que estou cheia
de vontade de ouvir desabafar acerca dos dramas do seu quotidiano. Dramas
matrimoniais, do trabalho, o que for!
E acho fabuloso quando acrescentam um “inha” ao
meu nome? “Oh S…inha isto fica só entre
nós que eu tenho de desabafar consigo!” Acho que por aqui dá para entender
que não me refiro a conversas entre amigas mas sim a ambientes menos propícios
a estas prosas.
Sinto-me num verdadeiro confessionário. Não mando
ninguém rezar, apenas demonstro compreensão porque a sinto e quando a sinto, e
aceno afirmativamente porque não tenho grande coisa a acrescentar.
Pessoalmente considero horas e locais próprios
para este tipo de conversas e outros completamente impróprios.
No trabalho crio uma espécie de casulo; posso
estar na merda com alguma cosia que se passa na minha vida pessoal mas ninguém
irá perceber porque tenho sempre a postura de não misturar as coisas. Pelo
menos neste sentido porque, pelo contrário, acho que estou sempre a levar
preocupações e chatices do trabalho para casa.
Em ambiente laboral há naturalmente pessoas por
quem sinto simpatia e carinho e me sinto honrada por certas conversas (mas
continuando a considerar algumas delas desadequadas). No reverso de medalha
tenho pessoas complicadas em que a menor das minhas preocupações é saber acerca
dos seus problemas e apesar de um tratamento desadequado em assuntos
profissionais quando se dedicam a desabafar adotam uma postura de carneirinho mal-amado.
No final gostava mesmo era de perceber o que as
pessoas acabam por ver que lhes dá livre-trânsito no desabafo de coisas tão
suas…
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