Decorria o ano de 2000. Acho que
ainda não estava sequer na universidade e como tal ainda me encontrava na
timidez e inocência dos meus 17 anos.
Namorava há pouco tempo e lá veio
o dia do fatídico acontecimento: primeira refeição a dois. Oh qui carago, agora
é que vai ser…
Adivinhem lá qual foi o menu?
Pizza, pois que a menina não gosta nada. Ainda me lembro. Era da Telepizza,
gigante e cheia de coisas boas (já disse que ando cheia de saudades de enterrar
a dentuça numas fatias destes pecados… controla S., respira, focus!)
À frente… na altura já era gorda,
mas o que a minha mente brilhante pensou foi: ok, se eu comer pouco ele vai perceber que sou gorda por uma injustiça
qualquer da natureza… sou gorda mas é uma espécie de fado que tenho de
carregar, nada a ver com o que entra cá
para dentro do bucho .Vai pensar que se fosse pelo que como, seria magrérrima!
Estão a imaginar? Portanto, uma
pizza gigante com tudo o que gosto, cheia de fome e com ideias de parecer uma
anorética injustiçada! O resultado foi uma e apenas uma fatia de pizza que comi
demonstrando grande sacrifício, como se aquilo fosse um verdadeiro terror. O
rapaz até teve de me dar uma parte à boca, porque com duas trincas estava a
transbordar.
Depois disto, quando vim embora e
cheguei a casa, parecia um leão esfomeado… estava com tanta fome, mas tanta
fome que até me doía o estômago. Comi como se não houvesse amanhã, desconsolada
por não ter comido pelo menos mais uma fatia de pizza mas com orgulho porque
tinha provado que a minha gordura em excesso era destino inevitável!
Volta e meia ainda hoje falamos
disso. Que figura…
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