Portugal. País. Nação. Cultura. Beleza.
Num país com tanta coisa boa, paisagens
maravilhosas, gente como se quer, é uma pena cheirar mal.
É como um homem lindo, sexy, um corpo de deixar o
queixo caído. Fala e sente-se ao longe a falta de inteligência (para não dizer
o cheiro a suor!).
Assim, me parece este país. Com notícias que
assentam apenas em descidas de salários, guerras políticas, concertações socais
falhadas, desavenças partidárias.
Cada uma destas coisas, sendo na realidade apenas
uma, cobre todos os noticiários, os nossos pensamentos no futuro, a nossa
preocupação com o presente.
A nação, o povo de um passado brilhante, de tantas
memórias memoráveis, são hoje vergonhas. Somos lixo é o que dizem. Lixo do bom
acrescentam de seguida. E como lixo que somos cheiramos um bocado mal. Não me
parece admissível, mas não sou ninguém para o dizer.
Cultura. A música, o teatro, o cinema e tanto mais
foram deixados ao acaso. A menor das nossas preocupações é verdade. Quando
aquilo que realmente nos preocupa é a sobrevivência, a subsistência, a
independência, a resistência. E a pobreza é tanta, a fome tão grande, que a
alma perde atenção.
Beleza. Apenas a exterior. Ou talvez não. Temos
locais e vistas de tirar o fôlego. Temos tradições distintas. Temos água e
terra. Temos praia e campo. Temos sol e chuva. Temos calor e frio. Suficiente
para agradar a gregos e a troianos. Mas Deus, que é Deus, não agrada a todos. E
no fundo dessa beleza, desse mar azul que não pode ser adjetivado de límpido,
temos o podre. Temos aquilo que cheira mal.
Tenho pena, sinto tristeza e preocupação. Neste
país que tem tudo para dar certo, mas que no fundo cheira mal.
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