Neste
fim-de semana de Páscoa aproveitei para ir ao shopping tratar de assuntos
pendentes e acabamos por almoçar por lá.
Depois
de alguma indecisão optamos por um local onde existe uma mesa comprida (ao
estilo das cantinas) em que nos sentimos num espaço disponível. Alguns lugares
ao lado dos nossos estava uma família constituída por um casal e dois filhos.
De
forma distraída e apenas por acaso olho para o lado e vejo a mãe a dar à boca
uma sopa a um adolescente, por volta dos seus 16 anos (mais coisa, menos coisas
porque não sou muito boa nisto). O meu primeiro pensamento foi “o que uma mãe
passa, um filho com aquela idade que faz uma birra e esta ainda tem paciência
para lhe dar a sopa!”. Achei estranho a até desadequado aquele comportamento,
mas alguns minutos depois ouço o mesmo miúdo a dar uma palmada na mesa, a
emitir sons estranhos,... a certa altura levantava-se e o pai segurava-o com imensa
força, enquanto a mãe tentava acalma-lo através de palavras. Este tipo de
comportamentos repetiram-se até virmos embora.
É
impossível não ficar sensibilizada com toda a cena que se criou. Com a postura
da mãe que demonstrou um amor incondicional e uma paciência ilimitada. Com a
(presumível) irmã que também adolescente se manteve serena face a tudo o resto
que se passava. Com o pai que não pôde baixar as defesas 1 segundo porque caso
contrário fiquei com a sensação de que o Gonçalo se iria levantar e sair dali
para fora.
Não
sei se se tratava de uma criança autista (foi a sensação com que fiquei), mas
quando de lá saí só conseguia pensar na família, no desgaste físico, psicológico,
no exemplo de coragem e determinação. Tive vontade de ao lado da mãe e
dizer-lhe que era um ser humano exemplar.
Vim
embora a ver aquelas pessoas como lutadoras de excelência que são! Vim embora
apenas a desejar-lhes a maior felicidade do mundo, porque o fardo que carregam
não transparecia, apesar da preocupação constante. A força de algumas pessoas só
pode ser admirada pela grandiosidade que tem. Existem pessoas verdadeiramente
especiais e Gonçalos que merecem tudo e têm tudo o que merecem.
Sem dúvida... É nestas alturas que nos sentimos pequeninos e envergonhados por nos queixarmos dos nossos problemas insignificantes, e por mim falo. Bjs P.
ResponderEliminarAcho que adaptamos as nossas queixas e exigências de acordo com o que temos... é normal! Mas nestes momentos sentimo-nos um supérfluos... Se ficassemos indiferentes é que seria estranho.
EliminarBeijinhos
Concordo com a P.. temos de relativizar os nossos "problemas"
ResponderEliminarKiss Kiss
Geralmente é mais fácil falar do que fazer, mas sim, relativizar os problemas e valorizar as coisas boas!
EliminarBeijinhos