Há momentos
em que parece que tudo vai desabar. Respiro fundo, engulo as lágrimas, esboço
um sorriso, mas o sentimento, esse só eu o conheço, só eu o sinto.
Uma
vontade de me tornar invisível cria corpo e conquista terreno. Se me encostar a
um canto, não sair da sombra, não mostrar as lágrimas ou o sentimento, me
deixam em paz?
Sinto que
levei com um tsunami em cima. A surpresa e o choque deram-me um abanão mas “facilmente”
criei as amarras com a realidade que me sustém. Voltei a levantar a cabeça e
tentei enfrentar o futuro de forma promissora. Mas depois chega um dia como o
de hoje. Um dia que sem motivo concreto algum ganha outros contornos. Um dia em
que parece que vou chorar, sangrar, gritar ao mundo o que sinto sem qualquer
filtro, sem qualquer controlo.
Não o
farei, sei que não o farei, e entretanto tudo isto me consome. A esperança, a
felicidade, a força escapam-se como o fumo de um cigarro. Fico temporariamente
no fundo de um buraco escuro.
Sei que
amanhã é outro dia. As forças vão ser renovadas, o espírito vai ser outro e o
discernimento prevalecerá sobre a irracionalidade de pensamentos confusos. Mas enquanto
o amanhã não chega, o hoje é muito difícil!
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