Gosto
de acreditar que sou uma pessoa paciente. Sobretudo no trabalho sou uma pessoa
que engole, engole, engole e dificilmente reclama. Posso concordar com algumas
coisas e discordar com outras mas não gosto de me meter naquilo que não é
diretamente comigo. Mesmo quando é comigo acho que tenho uma grande capacidade
de encaixe, tento ver as coisas de todas as formas e sobretudo não gosto de
agir impensadamente.
Mas
até mesmo esta paciência tem limites e quando o copo transborda, transborda
mesmo. Dois dias seguidos em que fiquei mais de duas horas sem poder trabalhar.
E porquê? NÃO SEI PORQUÊ, SÓ SEI QUE ME DEU VONTADE DE GRITAR, ESPERNEAR, PEGAR
NAS COISAS E POR-ME A ANDAR. Podia estar em casa a dormir, a fazer outras
coisas, mas não, fico simplesmente à espera que haja rede.
Há
alturas em que estas paragens não teriam influência no meu trabalho, facilmente
recuperaria o atraso e era como se não tivesse acontecido. Nesta altura do
campeonato é de me atirar aos porcos. Não compreendem o stress dos prazos e das
declarações por entregar e ainda reagem como se fosse uma coisa normalíssima,
quando não é!
Chegar
ao trabalho por voltas das 9 horas, passar das 12 e ainda não poder começar a
trabalhar? A sério? Cabe na cabeça de alguém? Os desabafos destas linhas são aquilo
que não exteriorizo. Mantive-me impávida e serena enquanto me sinto ser gozada.
Sei que não é por mal, mas quando são horas de ir embora vão todos para as suas
casas, para as suas famílias, enquanto fico a trabalhar até terminar a tarefa,
não até terminar o horário de trabalho.
Depois
paga o corpo porque é comer como um alarve para compensar esta frustração, paga
a família porque não tenho disponibilidade para estar em casa, paga a sistema
nervoso porque até me borbulha e pronto… respirar fundo e manter-me impávida e
serena.
Paciência…
muita paciência!
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