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Aquele momento


Depois de mais de 31 anos a conviver comigo, já percebi como certas coisas se processam na minha vida. Quando olho para trás percebo que naquele tipo de situações reagi sempre daquela forma e isso leva-me ao hoje.

Cheia de vontade de alimentação saudável, cheia de vontade de fazer as coisas como deve ser, cheia de vontade de corrigir este grande erro que têm sido umas opções na vida… Durante dias ou semanas consigo manter este princípio, fazer tudo como inicialmente planeado, a motivação em alta e o objetivo como foco principal.

Depois vem uma discussão inesperada, uma frustração causada por uma evolução do peso diferente da estimada, excesso de trabalho, stress e preocupações e começo a pensar que a forma de tenho de compensar esta porra toda é consolar o estômago. Sentir que com tanta coisa a correr mal, comer porcarias não pode fazer mal nenhum. O cérebro começa a focar-se única e exclusivamente na comida e tudo o que consigo fazer é elaborar uma lista mental de coisas que me apetece comer. E nem vale a pena enumera-las porque até parece mal.

Com tudo isto volto a descurar os meus objetivos, a minha saúde, a minha vida. Acabo por ceder, como o que não devo e ainda fico com peso na consciência por isso. Sinto-me fraca e como fraca que me sinto, se comi isto e aquilo, porque não comer mais aquilo e aqueloutro? E pronto, volta a criar-se o efeito bola de neve… o peso aumenta e se o peso aumenta, comer mais não sei quê não faz diferença. Caio naquele poço sem fim de autocomiseração que só origina mais boicote a mim própria.

Hoje devia ter ido ao ginásio, tinha-o planeado, mas não fui. Porque ontem cheguei muito tarde a casa, porque estava demasiado cansada para preparar as coisas, porque estava chateada e porque comi o que não devia.

Hoje (e com o jantar de ontem) abri a precedência para voltar a entrar mais uma vez neste caminho de merda tão presente na minha vida.

Hoje chegou aquele momento.

Pelo menos desta vez esse momento foi identificado e o facto de me aperceber disso, permite-me mais facilmente evita-lo.

Preciso muito da força necessária para voltar atrás e entrar novamente no caminho certo. Tive uma médica que uma vez me disse que isto basicamente se trata do vício da comida. Uma adição como qualquer outra adição. Podia dar-me para álcool, podia dar-me para droga… a comida é a minha droga.

E este é o momento, aquele momento! Escrevo estas linhas com as lágrimas nos olhos. Admitir esta fraqueza não é fácil, mas acho que o facto de a admitir e de a escrever a torna mais real.

Falta saber a que outro momento vai dar origem este momento. Mas o que mais interessa é que sou eu que vou decidir.

Comentários

  1. Isso mesmo, o que interessa é que és tu quem decide o caminho. Pensa no que já conseguiste alcançar. E já sabes que estou aqui para o que der e vier. Bjs P.

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    Respostas
    1. Obrigada amiga, comadre,... Este post foi mais para me lembrar a mim própria de que não posso vacilar, não posso voltar aos velhos hábitos! Beijinhos

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