Tenho saudades dos tempos em que na noite de 24 de Dezembro
eu e os meus irmãos íamos à aventura pelos calçados disponíveis lá em casa, à
procura da maior bota para colocar em cima do fogão, por baixo da chaminé!
Tenho saudades da alegria que sentíamos quando nos deparávamos
com aquela caixa de bombocas deliciosas, meia dúzia de rebuçados e outros
tantos bombons.
Tenho saudades de ter vontade de comer aquilo mas tentear
para durar mais e mais!
Tenho saudades de negociar as trocas com os meus irmãos (as
bombocas para mim eram sempre prioridade!).
Tenho saudades do que sentia quando sabia que ia receber um
lápis bonito ou um bloco com bonecos (sim, eu era daquelas que ia à procura das
prendas e volta e meia tinha a sorte de descobrir uma. Fica extasiada com a
descoberta, abria muito cuidadosamente e depois fechava ainda mais
cuidadosamente para ninguém saber.).
Tenho saudades da inconsciência, da despreocupação, da
alegria pura e genuína…
Crescemos a desejar sermos adultos para podermos decidir
tudo pela nossa cabeça, sem termos ninguém a mandar ou a dizer-nos como devemos
fazer/ver as coisas.
Somos “grandes” e trocávamos muito pelos sentimentos vividos
nessas alturas… é a vida!
Às vezes tenho saudades de ser criança.
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