A amizade para mim tem um valor inestimável. Não tenho
muitos amigos, tenho muitos conhecidos! Mas tenho um grupo de pessoas que tenho
a sorte de fazerem parte de minha vida.
Pessoas que não hesito em fazer o que for preciso para
ajudar. Mas também sei que são pessoas
que caso precise, não hesitam em me ajudar. Essas pessoas sabem quem são e
apesar de não haver laços de sangue, existe algo que nos une que é muito mais
forte. A vontade de estar, a vontade de proteger, aconselhar, ajudar, apoiar,
partilhar alegrias e tristezas,…
Pessoas com as quais sentimos a sua tristeza como se fosse nossa.
E acaba por ser nossa, porque queremos que os nossos amigos estejam bem. Para
mim a amizade é isto.
Depois existem outras pessoas. Pessoas com as quais não
estamos com a frequência que queríamos. Aquelas que nos proporcionam momentos
agradáveis e alguns até memoráveis e caímos na ingenuidade de acreditar que
somos especiais para elas. Não um companheiro de armas, mas alguém especial.
Alguém que não é metido no mesmo saco que um montão de
outras pessoas que figuram os interesses profissionais e pessoais. Alguém de
quem gostamos por aquilo que é e não por aquilo que tem, ou com o que nos pode
ajudar.
E esperamos que essas pessoas nos vejam da mesma forma.
E é sempre triste quando apanho com um baque destes! Quando
penso que tenho um lugar no coração de alguém que considero amigo e apanho uma
desilusão. É burrice, eu sei!
Para mim não é preciso falar todas as semanas com alguém
para não me esquecer dela.
Há pessoas com quem falo pontualmente, mas quando falo com
elas é como se tivesse falado na véspera. A conversa, a brincadeira, a empatia
continuam os mesmos de outros tempos em que nos encontrávamos diariamente,
partilhávamos dias e noites de livros, cafés, gargalhadas e até choro.
Não é preciso presenças em certos eventos sociais, roupas
chiques, estatuto social ou carro topo de gama. Tirando todas essas camadas,
fica alguém e esse alguém é quem guardo na memória e no coração.
Aqui houve uma promessa… e o telefone tocou. Pensava que era
alguém a cumprir a promessa. Mas não! Era apenas para me pedir alguma coisa… e
o que me entristece não é o pedido. Fico feliz por saber que se lembram de mim
quando precisam de alguma coisa. Foi o esquecimento da promessa. É o sentimento
da faca espetada…
Tira-me o facalhão das costas, podia eu dizer em tom de
brincadeira, mas com a tristeza a apertar o coração. Mas não vai acontecer. Vou
dizer-lhe o que sinto porque acho que tudo deve ser esclarecido. E as
expetativas vão deixar de existir para deixarem de ser goradas.
Mais um passo para a mudança do que sou para o que quero
ser!
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