Lembro-me de crescer a ouvir sempre que o leite era muito
bom para a saúde, tinha muito cálcio, logo era bom para os ossos, muitos
nutrientes e portanto bom para a saúde em geral.
Não havia dia em que a minha mãe me deixasse de casa sem
pelo menos beber um copo de leite (sempre com um bocadinho de chocolate porque
desde que me lembro não gosto de leite simples). Quando estava mais irrequieta
à noite e não queria adormecer, bebia um copo de leite morno porque a minha mãe
dizia que acalmava. Quando estava com gripe era leite quente com uma gemada. E
podia continuar com exemplos do género.
Lembro de já na universidade falar com uma das funcionárias
e ela me estar a comentar que o filho fumava muito, mas que pelo menos bebia
litradas de leite e isso lhe limpava os pulmões.
E podia continuar com exemplos destes, porque o leite era de
facto uma coisa boa. E digo era, porque pelos vistos deixou de ser. Diz-se
agora que as crianças bebem demasiado leite, que o leite pode fazer mal a muita
coisa, até ter influência no agravamento das probabilidades de um cancro. E
isto vai contra tudo aquilo em que sempre acreditei.
Será que isto é mesmo assim? Não serão apenas lobbys a agir
de acordo com interesses económicos?
Várias vezes se fala sobre a altura em que houve pagamento
de subsídios para os produtores de leite reduzirem a sua produção e até a
destruírem parcialmente em Portugal e recentemente falou-se em baixos níveis de
produção nacional e importação do mesmo porque não produzimos o suficiente para
o que consumimos. Não sei se algo do género se passou noutros países, mas esta
história faz-me chegar a mostarda ao nariz.
Será apenas uma abordagem diferente para dar a volta a esta
questão? Ou será que temos mesmo que ter em atenção a quantidade de leite que
ingerimos?
Não sei, mas acho que ainda muita tinta vai correr sobre o
assunto…
Comentários
Enviar um comentário