Lido no Público:
"Manuel Monteiro de Castro é um dos 22 novos cardeais aos quais Bento XVI vai entregar, neste sábado, os anéis e os barretes cardinalícios. Nesta sexta-feira, o clérigo português surge em duas entrevistas a defender que o Governo deveria apoiar mais as famílias, para que a mulher pudesse ficar em casa e “aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, a educação dos filhos”.
Em entrevista ao Correio da Manhã, Monteiro de Castro afirma que “o maior problema de Portugal” é o “pouco apoio que o Estado dá à família”. “A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos”, sustenta.
A resposta surge na sequência de uma pergunta sobre se está a acompanhar a situação difícil do país. O mesmo acontece na entrevista que o novo cardeal português dá ao Jornal de Notícias, na qual insiste que “Portugal tem de dar mais força às famílias, pôr os nossos portugueses a produzir em Portugal e não fora”. “Devíamos dar muito mais valor à família e ao valor da mulher em casa”, continua.
“O trabalho da mulher a tempo completo, creio que não é útil ao país. Trabalhar em casa sim, mas que tenham de trabalhar de manhã até à noite, creio que para um país é negativo. A melhor formadora é a mãe, e se a mãe não tem tempo para respirar como vai ter tempo para formar”, questiona Monteiro de Castro, ainda na entrevista ao Jornal de Notícias.
“A mulher perdeu muito do valor que tinha. Tem muito valor num sentido mas noutro… Um país depende muito, muito das mães, pois é ela que forma os filhos. Não há melhor educadora que a mãe”, considera. Monteiro de Castro diz mais: “Mas se a mãe tem de trabalhar pela manhã e pela noite e depois chega a casa e o marido quer falar com ela e não tem com quem falar… Isto é, uma família bem organizada é uma base fundamental para um país.”
Na essência, é a mesma resposta que deu ao Correio da Manhã: “A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos.”
Monteiro de Castro, de 73 anos, desempenhou as funções de núncio (embaixador) do Vaticano em vários países, o último dos quais em Espanha. Aí, foi várias vezes criticado pelo arcebispo de Madrid, Rouco Varela, por ser demasiado moderado e insistir em estabelecer pontes com o Governo socialista de José Luis Zapatero."
Eu acho que pais e mães deviam ter mais tempo para passar com os filhos porque cada vez mais a prioridade são as condições financeiras em detrimento das condições emocionais... e se pudessem passar mais tempo com filhos sem serem criticados pela entidade patronal e sem serem vistos como um peso porque têm filhos, então era fantástico.
Sei que na maioria dos casos, quando uma funcionária diz à entidade patronal que está grávida, é vista de forma diferente... sua criminosa! andas a pensar em filhos, em vez de dares prioridade ao teu trabalho... Agora vai ser consultas, exames, ... e mais não sei quantos meses sem trabalhar! E acho que toda a gente percebe o que quero dizer...
Este é o ponto de vista que compreendo, mas daí até dizer que a função essencial da mulher é ter filhos e que perde muito valor por trabalhar fora de casa de manhã até à noite... Espera aí! Mas que valente bosta vem a ser esta?
Sim, um dia gostava de ter 1 ano de licença ou 2 ou 3... se calhar! Gostava a de poder trabalhar menos horas? Sim, claro! Mas acho que o pai tem a mesma obrigação e os direitos e obrigações devem ser partilhados!
Mas as mulheres que antes ficavam em casa a tratar da lida doméstica e dos filhos, hoje trabalham todo o dia e ainda tratam da lida doméstica e dos filhos! Se isto é perder muito valor... desculpe lá!
Adoro a minha independência... já estive desempregada e é foi das piores experiências da minha vida! Mas pelos vistos também não temos direito a opinião... fertilidade é apenas o que interessa!
Sinto-me ofendida com algumas das afirmações deste senhor... mas então aquela do marido chegar a casa e não ter com quem conversar... Alto e pára o baile! Acho que o tempinho em que não se levantava cabelo já lá vai e aquele em que as mulheres levavam no pêlo e serviam os maridos sem pensarem em si também! Não sei, se calhar sou uma grande tola, maluca, em pensar que as coisas felizmente não são como eram.
Naturalmente todos os meus comentários têm também em consideração as excepções! Ainda hoje sei que há muitas mulheres cujo único objectivo de vida é encontrar um marido e procriar! Não têm quaisquer ambições profissionais e ter filhos é o único e grande objectivo de vida. Nada contra isso, cada um sabe de si e sabe o que quer, apenas acho que quem não pensa assim, não tem menos valor por isso!
Sei que estou a reduzir o texto ao seu pior significado, mas houve certas coisas que li... até se me revoltam as tripas...
Pena é que, infelizmente, muitos homens pensam e agem dessa maneira..
ResponderEliminarOu seja, as oportunidades de trabalho (p.e.) não são as mesmas para a mulher e para o homem.. E depois, claro está, o homem dá provas de ser competente. Contudo como é que sabem que a mulher perante o mesmo desafio e tendo a oportunidade, não faria tão bem ou melhor que o homem???
enfim... concordo contigo.
a Mulher/Mãe/Esposa/Amante/Dona de Casa.. desdobra-se em mil e uma tarefas.
E falar da mulher somente na versão de mãe, dona do lar, submissa.. por favor!!!
Isso é muito redutor..
Penso que o ideal é o equilíbrio entre família e trabalho. Tenho dito!
Kiss Kiss.
S.